“O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu
libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a
força da minha salvação, e o meu alto refúgio” (Salmo 18.2).
Estava
morando há cinco dias no apartamento em frente ao mar em Salvador, não conhecia
ninguém, era 1.985, uma época em que nem se pensava em celular e, no
apartamento não havia telefone, portanto, se precisasse conversar com o meu
marido tinha que ir até um telefone público.Eram 07h00 da manhã quando meu marido entrou na Kombi que o levava para o trabalho o qual era na cidade de Camaçari (a 60 minutos de onde morávamos); comecei a sentir uma dor estranha na região do abdômen-barriga, não conseguia identificar ao certo onde estava localizada a dor, e não tinha como pedir para meu marido ficar para cuidar de mim e nossa filha, pois a dor começou de repente, vi a Kombi indo embora e estava sozinha, sem nenhum amigo, parente ou conhecido por perto, com uma filha de um ano e um mês para cuidar. Pedi a Deus sabedoria para o que deveria fazer, imediatamente fui tomar um analgésico para tirar a dor, arrumei a casa de uma maneira segura para a Karina, coloquei as cadeiras em cima da mesa de modo que ela não subisse, ou puxasse, fechei a porta do banheiro para ela não entrar e fui para a cozinha e preparei várias mamadeiras de leite, uma de água, uma de suco e uma de chá. Cozinhei duas beterrabas grandes esfriei com gelo e cortei em quadradinhos bem pequenos, coloquei no prato de minha filha e arrumei tudo na geladeira de uma maneira que ela pudesse pegar com facilidade. Salvador é muito quente, e a Karina não gostava de comida quente, até a mamadeira tinha que ser natural para gelada. Ela andava desde os nove meses, eu ensinei a abrir a geladeira e pegar o que ela queria (suas comidinhas é claro), pensando justamente por sermos sozinhas e numa emergência ela não ficaria com fome ou sede. Constantemente pedia a Deus sabedoria para criar minha filha, e Deus que é Maravilhoso Conselheiro me capacitou para criar e educa-la.
A dor aumentou de tal maneira que fui deitar, não conseguia levantar, pedi ao Senhor que enviasse um anjo para cuidar da Karina, pois não podia cuidar dela e ela era imperativa, acordava as 07h00 da manhã e só dormia as 19h00, ficava acordada e era muito agitada. Não conseguia me levantar para pedir ajuda, pois a dor era intensa.
Mas, depois do pedido a Deus, sentia uma atmosfera tão boa em casa, uma serenidade e paz. A Karina ficou o tempo todo sentada na cama (na verdade, desmontamos a cama e colocamos o colchão no chão, para que ela subisse quando quisesse sem perigo).
De vez em quando ela levantava e saia do quarto, o que me deixava preocupada, mas logo voltava, com a mamadeira de leite, o suco, a água e o mais impressionante, ela voltou com o pratinho dela com a beterraba, mas eu coloquei muita e quando chegou ao quarto ela olhou para cima, sorriu e então colocou o prato em cima da cama, e sentou ao lado do prato e foi pegando os pedacinhos de beterraba e comendo. Detalhe, a Karina pegava o que queria comer ou beber e depois ia colocar de volta na geladeira. Naquele dia ela não chorou, não ficou agitada, ela estava quietinha, olhava pra mim, com um olhar de amor e nenhuma vez pediu minha atenção, colo... Todas as coisas que uma bebê na idade dela exige, e ela era apegada a mim. Aí entendi que o anjo do Senhor realmente estava ali, cuidando dela.
A dor só piorou então me lembrei da mulher do fluxo de sangue, aquela passagem bíblica, em que ela gastara tudo o que tinha e há 12 anos estava doente, e ela creu que se ela tão somente tocasse na orla do vestido de Jesus sararia. E pensei Deus me ama. O Pai me ama, Jesus me ama e o Espírito Santo me ama, Ele não tem prazer em me ver sofrendo, e pensei que se eu tocasse na veste de Jesus sararia, e ergui a mão pela fé e pela fé toquei na veste de Jesus, não que eu o tivesse visto, mas Ele mesmo disse que estaria conosco todos os dias. E então eu disse: toco na Tua veste e sararei. E imediatamente fiquei curada, a dor desapareceu. Levantei, estava tremendo, pálida e a voz muito fraca, pois desde as 7h00 da manhã até as 15h00 com uma forte dor, sem me alimentar ou beber água, estava muito fraca. Mas feliz, sem dor e quando percebi que desde que a minha filhinha dormiu não troquei sua fralda, quando fui trocar estava seca, limpinha e era fralda de pano. Aí fiquei admirada, mas logo em seguida preocupada, pois, ela não tinha feito cocô, será que ela estava com algum problema de saúde, 19 horas sem trocar a fralda e nenhum cocô ou xixi. Mas ela estava bem, calma, não tinha febre, tinha bebido a água, suco, chá e se alimentado direito, mas ainda estava pensando sobre isso e ela fez xixi e cocô.
Deus é sem palavras, vai além das palavras, pois não há ninguém como Ele, cuidou da Karina e de mim com tanto amor, enviou seu anjo para cuidar da Karina e nem me deixou ficar preocupada por mais de alguns minutos e fez com que eu percebesse que Ele cuidou de nós.
Quando meu esposo chegou as 20h00, queria me levar para o hospital, pois estava pálida, até meus lábios estavam sem cor, estava ainda tremendo muito, e a voz muito fraca, eu tentei contar o que havia acontecido e que eu estava bem, mas ele só entendeu quando me viu sorrir, o jantar pronto e Karina dormindo tranquila.
Deus é Bom, Ele nos ama e é Senhor, Cuidador e Amigo. Somos nós que complicamos o nosso relacionamento com Ele, pois Ele tem prazer em cuidar de nós e fazer parte da nossa vida e do nosso dia a dia.
Sou
grata a Deus por tudo que Ele fez, faz e fará por mim e minha família. Ele é
Bom, Maravilhoso.
LEIZE C. DUBINIAK